terça-feira, 18 de março de 2014

Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com surdez

 Repensar a  educação escolar de alunos com surdez requer dos educadores, sobretudo daqueles diretamente ligados à inclusão, a ruptura com o embate entre os gestualistas e os oralistas e a visão destes alunos como seres humanos descentrados como qualquer outro, com potencialidades e com dificuldades.
De acordo com Damázio  e Ferreira, 2010:
“ os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos das pessoas com surdez poderão ser estimulados e desenvolvidos, tornando-as sujeitos capazes, produtivos e constituídos de várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus entornos e, se desejar, também falar...” 
Diante disto, a pessoa com surdez não deve ser vista como deficiente por ter perda auditiva, pois ela é capaz de se desenvolver normalmente como qualquer outra, desde que tenha acesso ao conhecimento a partir de estratégias diferenciadas que sejam estimuladoras, que desafiem seu pensamento e exercitem sua capacidade perceptivo-cognitiva.
As práticas educativas, portanto fazem toda a diferença no processo de aprendizagem da Pessoa com surdez. É o que afirma Damázio  e Ferreira, 2010:
“O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas.” 
           Nesse sentido , a Educação Especial, na perspectiva inclusiva, com o serviço complementar do Atendimento Educacional Especializado na escola/classe comum, oferece novas possibilidades para as pessoas com surdez, em que a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução, através de três momentos distintos: AEE de Libras, AEE em Libras e AEE em Língua Portuguesa.
A função do professor do Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez é disponibilizar serviços e recursos, realizando o intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum como na sala de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas práticas metodológicas, estratégias e recursos de ensino que possibilitem um ambiente de interação do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de aula comum.
A partir dessa interação adota-s para que o aluno se torne autônomo e independente nas áreas social, afetivo, cognitiva e linguística com uma educação bilíngue, o ensino de Libras e Língua Portuguesa. 
O AEE realiza o intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum como na sala de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas práticas metodológicas, estratégias e recursos de ensino para que o ambiente seja um lugar de aprender a aprender com interação do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de aula comum. A partir dessa interação adota-se a Pedagogia Contextual Relacional que parte da formação do ser humano baseando-se em contextos significativos, respeitando e valorizando o desenvolvimento dos aspectos: vontade, inteligência, conhecimento e ideias sociais. 
O professor do AEE é responsável por buscar métodos, investigar e escolher os procedimentos e recursos que abordam uma Educação Bilingue que parta da formação do ser humano e baseie-se em contextos significativos, que  respeitem e valorizem as potencialidades de cada indivíduo.


REFERÊNCIA:

UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.

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