Repensar a
educação escolar de alunos com surdez requer dos educadores, sobretudo
daqueles diretamente ligados à inclusão, a ruptura com o embate entre os
gestualistas e os oralistas e a visão destes alunos como seres humanos
descentrados como qualquer outro, com potencialidades e com dificuldades.
De
acordo com Damázio e
Ferreira, 2010:
“ os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos
das pessoas com surdez poderão ser estimulados e desenvolvidos, tornando-as
sujeitos capazes, produtivos e constituídos de várias linguagens, com
potencialidade para adquirir e desenvolver não somente os processos
visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus entornos e, se
desejar, também falar...”
Diante disto, a pessoa com surdez não deve ser vista como
deficiente por ter perda auditiva, pois ela é capaz de se desenvolver
normalmente como qualquer outra, desde que tenha acesso ao conhecimento a
partir de estratégias diferenciadas que sejam estimuladoras,
que desafiem seu pensamento e exercitem sua capacidade perceptivo-cognitiva.
As
práticas educativas, portanto fazem toda a diferença no processo de
aprendizagem da Pessoa com surdez. É o que afirma Damázio
e Ferreira, 2010:
“O problema da educação das pessoas com surdez não pode
continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas
deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa
questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas.”
Nesse
sentido , a Educação Especial, na perspectiva inclusiva, com o serviço
complementar do Atendimento Educacional Especializado na escola/classe comum,
oferece novas possibilidades para as pessoas com surdez, em que a Libras e a
Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução, através de
três momentos distintos: AEE de Libras, AEE em Libras e AEE em Língua
Portuguesa.
A função do professor do Atendimento Educacional Especializado para
pessoas com surdez é disponibilizar serviços e recursos, realizando o
intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum
como na sala de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas
práticas metodológicas, estratégias e recursos de ensino que possibilitem um
ambiente de interação do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de
aula comum.
A partir dessa interação adota-s para que o aluno se torne autônomo e
independente nas áreas social, afetivo, cognitiva e linguística com uma educação
bilíngue, o ensino de Libras e Língua Portuguesa.
O AEE realiza o intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto
na sala de aula comum como na sala de recursos multifuncionais, mediando
conhecimentos com novas práticas metodológicas, estratégias e recursos de
ensino para que o ambiente seja um lugar de aprender a aprender com interação
do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de aula comum. A partir
dessa interação adota-se a Pedagogia Contextual Relacional que parte da formação
do ser humano baseando-se em contextos significativos, respeitando e
valorizando o desenvolvimento dos aspectos: vontade, inteligência, conhecimento
e ideias sociais.
O professor do AEE é responsável por buscar métodos, investigar e
escolher os procedimentos e recursos que abordam uma Educação Bilingue que
parta da formação do ser humano e baseie-se em contextos significativos,
que respeitem e valorizem as
potencialidades de cada indivíduo.
REFERÊNCIA:
UFC-MEC/2010: A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional
Especializado em Construção, p. 46-57.
Ficou muito legal seu texto.Muito criativa.
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