segunda-feira, 30 de junho de 2014

Reflexões sobre a Inclusão e o AEE, a partir do texto "O modelo dos modelos"

       O texto "O modelo dos modelos",de Ítalo Calvino nos leva a refletir sobre as características do modelo de educação vigente, propiciando-nos a percepção de que, para que aconteça uma educação realmente inclusiva, faz-se necessário o rompimento ou a transformação deste.
       Essa é a ideia transmitida pelo personagem do texto, o senhor Palomar, ao esclarecer que Modelos são modelos, precisam ser modificados, transformados. Desta forma é preciso que busquemos novas formas de ensinar, bem como diferentes olhares para a educação.
    O princípio da  educação inclusão visa romper com os paradigmas que sustentam o conservadorismo das escolas, contestando os sistemas educacionais, questionando a fixação de modelos ideais, a normalização de perfis específicos de alunos e a seleção dos eleitos para frequentar as escolas, produzindo, com isso, identidades e diferenças, inserção e/ou exclusão. Portanto a inclusão depende de mudança de valores da sociedade, as quais exigem esforço de todos possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construção de conhecimento, deixando de existir a discriminação de idade e capacidade. 
      Para isso, a educação deverá ter um caráter amplo e complexo, favorecendo a construção ao longo da vida, e todo aluno, independente das dificuldades, poderá beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas potencialidades. Isso exige do professor uma mudança de postura além da redefinição de papeis que possa assim favorecer o processo de inclusão.
       No AEE primeiro busca-se compreender o todo, busca-se enxergar a pessoa e não a sua deficiência, não se pergunta o que ele sabe, busca-se oferecer ferramentas para novas descobertas e assim vai-se ampliando o seu repertório de ideias, descobertas, habilidades e procura junto com o outro superar os obstáculos.
      Assim, o senhor Palomar pode ser considerado um exemplo para os educadores do AEE, profissionais que sabem que precisam mudar sua postura diante dos modelos de educação pré estabelecidos, partilhar essas mudanças com os demais educadores, encorajando-os a criar novos modelos e, sobretudo, sabem que precisam transformar a realidade vigente, buscando condições para que todas as pessoas sejam livres e respeitadas na sociedade em que vivem, e que acima de tudo possam viver ativamente, uns com os outros.
Escola é...
... o lugar que se faz amigos...

(Paulo Freire)


segunda-feira, 9 de junho de 2014

CAA: POSSIBILIDADES DE COMUNICAÇÃO PARA PESSOAS COM AUTISMO



CAA pode ser pensada como uma tecnologia que promove a inclusão social por meio do qual todos os sujeitos com o sem deficiência podem se comunicar. Os CAA englobam um vasto repertório quanto aos elementos representativos, desde aqueles muito iconográficos até aqueles mais complexos e abstratos.

                                 RECURSOS DE BAIXA TECNOLOGIA
  • Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.
                                                                                                              Descrição de imagem:
    A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora") 
  • Eye-gaze -pranchas de apontar com os olhos que podem ser dispostas sobre a mesa ou apoiada em um suporte de acrílico ou plástico colocado na vertical. O indivíduo também pode apontar com o auxílio de uma lanterna com foco convergente, fixada ao lado de sua cabeça, iluminando a resposta desejada.

  • Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do olhar.
  • Comunicador em forma de relógio - o comunicador é um recurso que possibilita o indivíduo dar sua resposta com autonomia, mesmo quando ele apresenta uma dificuldade motora severa. Seu princípio é semelhante ao do relógio, só que é a pessoa que comanda o movimento do ponteiro apertando um acionador .
          O que é o PCS?
       Um dos sistemas simbólicos mais utilizados em todo o mundo é o PCS - Picture Communication Symbols, criado em 1980 pela fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer Johnson. No Brasil o PCS foi traduzido como Símbolos de Comunicação Pictórica. O sistema PCS possui como características: desenhos simples e claros, fácil reconhecimento, adequados para usuários de qualquer idade, facilmente combináveis com outras figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados. São extremamente úteis para criação de atividades educacionais. O sistema de símbolos PCS está disponível no Brasil por meio do software Boardmaker.

Descrição de imagem:

Visualiza-se uma prancha de comunicação com dezoito símbolos gráficos PCS cujas mensagens servirão para escolher alimentos e bebidas. Os símbolos PCS estão organizados por cores nas categorias social (oi, podes ajudar?, obrigada); pessoas (eu, você, nós); verbos (quero, comer, beber); substantivos (bolo, sorvete, fruta, leite, suco de maçã e suco de laranja) e adjetivos (quente, frio e gostoso).


  Atividades educacionais acessíveis:
  Com o Boardmaker você pode criar várias atividades educacionais para garantir acessibilidade e participação de alunos que utilizam a CA em sala de aula. Lembre-se da importância da interlocução entre o professor do Atendimento Educacional Especializado, que construirá os recursos de acessibilidade, e o professor da sala de aula comum. Sem conhecer o plano de ensino do professor da sala comum, com seus objetivos e atividades previstas, será impossível propor, construir e disponibilizar os recursos de acessibilidade para o aluno.
   O professor especializado deverá também ensinar as estratégias de utilização destes recursos para o aluno, seu professor, para os colegas, comunidade escolar e família. Desta forma ajudará a todos a entender e a utilizar estas ferramentas de acessibilidade.
    Vejamos alguns exemplos de atividades personalizadas com o Boardmaker:
             Atividades escolares:




Descrição de imagem:
Uma atividade de matemática com o tema sobre "igual" e "diferente" foi construída com o Boardmaker.
Utilizando a "escrita com símbolos" está a pergunta: Qual é o igual? Visualiza-se então o símbolo de uma boneca. Abaixo estão três opções de símbolos: "carro", "boneca" e "sorvete". O aluno deverá apontar a resposta correta.
Logo abaixo está a outra pergunta sobre "qual é o diferente?" e visualiza-se o símbolo da "borboleta". Abaixo duas opções de resposta: "vaca" e "borboleta".




         Textos com símbolos são muito interessantes para favorecer e ampliar a aquisição de repertório de símbolos gráficos (usuários de CA), favorecer a relação símbolo e signos e auxiliar na alfabetização de alunos com deficiência intelectual, auxiliar no aprendizado do português escrito para alunos surdos. No Boardmaker a escrita com símbolos é feita com a ferramenta "Simbolar".




Descrição de imagem:
O primeiro verso da poesia "Leilão de Jardim", de Cecília Meireles, foi digitada com o recurso "Simbolar" do Boardmaker. Desta forma, cada palavra aparece com a representação simbólica do PCS, acima do texto escrito.
O verso diz: Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de várias cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?




        
         Todos os recursos demonstrados devem ser usados com pessoas com Autismo em diferentes ambientes frequentados por elas para facilitar a comunicação com todos os envolvidos em seu desenvolvimento: família, profissionais da saúde, comunidade escolar para que as mesmas sejam incluídas como cidadãs com direitos e deveres na sociedade em que vivem.



         

domingo, 20 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

        A Surdocegueira é uma deficiência que apresenta perda auditiva e visual concomitantemente em diferentes graus, apresenta dificuldades que não é o somatório das duas deficiências e sim o multiplicativo da dupla perda. Embora haja duas perdas não é considerada deficiência múltipla (DMU), é sim uma deficiência única, pois requer uma abordagem específica que não é a utilizada com pessoas com surdez e nem a utilizada para pessoa com cegueira. Há a necessidade de um outro suporte que atenda as suas especificidades e necessidades. E quando lhe é oportunizado a interação com o meio e com as pessoas tem uma vida social com qualidade, tem acesso às informações, além de orientação, mobilidade, educação e trabalho.
          IKONOMIDIS,2010 define deficiência múltipla a partir do exposto na coletânea do MEC :
...é o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim onível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas”. (MEC, 2006).

A principal diferença entre a surdocegueira e a DMU se refere à possibilidade das pessoas com estas deficiências de receber ou não as informações sobre o mundo que as cercam, sobre o que está à sua volta.
Segundo MAIA, 2011:
A pessoa que nasce com surdocegueira ou que fica surdocega não recebe as informações sobre o que está sua volta de maneira fidedigna, ela precisa da mediação de comunicação para poder receber, interpretar e conhecer o que lhe cerca.(...) Na deficiência Múltipla não garantimos que todas as informações muitas vezes chegam para a pessoa de forma fidedigna, mas ela sempre terá o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência, esses dois canais são responsáveis pela maioria do conhecimento que vamos adquirindo ao longo da vida.”

        Os alunos com surdocegueira ou DMU apresentam necessidades físicas , médicas, emocionais e educativas sendo que em todas elas tem como necessidade básica a comunicação que pode ser receptiva, quando se recebe e processa a informação seja através da escrita, da fala, da Libras, de odores e outros e expressiva, quando se expressa através do uso de objetos, do sorriso, do comportamento, de gestos, de toque, da voz, do choro, do grito etc. Portanto, eles necessitam:
  • Que a comunicação inicial seja pelo movimento corporal e vocalizações.
  • Aprender por rotinas organizadas.
  • De uma caixa de antecipação, que será sua primeira estratégia de comunicação.
  • De estimulação para utilização do tato;
  • Que haja um mediador para trazer as informações de maneira integral e coerente se torna imprescindível;
  • De sistemas adequados de comunicação;
  • Da utilização de gestos ou movimentos com os quais tenham a intenção de comunicar-se e desfrutar das atividades propostas.
  • Da utilização de objetos de referência que possam representar as atividades a serem executadas, os horários a serem seguidos, qualificadores para qualificar ações, por exemplo: para Sim e Não o sim é representando por um objeto em formato de X e o Não em formato de Círculo, os lugares e as pessoas.
      E para a aquisição da comunicação, algumas estratégias são utilizadas para pessoas com surdocegueira e DMU:

  • Técnica de mãos sobre mãos e mão sob mãos e outros movimentos corporaisonde o adulto ou professor auxilia ou apresenta o mundo à pessoa com sudocegueira;
  • O Tadoma que estabelece a comunicação através da sinestesia,  a escrita no corpo ou nas mãos, a percepção das vibrações da voz e das simbologias( Língua de sinais nas mãos) e etc;
  • Organização de rotinas para que através da repetição sejam criados os hábitos;
  • Objetos de antecipação e referência para que os alunos apreendam e memorizem as atividades diárias, noções de tempo, espaço e sujeitos;
  • Pistas de contextos, de movimentos e táteis para indicar a pessoa determinados procedimentos ou atividades;
  • Desnaturalização do objeto para a escrita ou do sinal para o símbolo quando o aluno já reconhece os objetos de referências e antecipação e pode evoluir conceitualmente para a escrita;
  • Pranchas e painéis imagéticos para promoção da comunicação alternativa e aumentativa;
  • Constituição de sistemas de comunicação: Libras, Língua portuguesa escrita e oralização, Braille e etc.

Referências

IKONOMIDIS, Vula Maria Apostila sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”,2010.
BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar -Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla.Coletânea UFC-MEC/2010;

MAIA,Shirley Rodrigues, Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. São Paulo:2011

terça-feira, 18 de março de 2014

Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com surdez

 Repensar a  educação escolar de alunos com surdez requer dos educadores, sobretudo daqueles diretamente ligados à inclusão, a ruptura com o embate entre os gestualistas e os oralistas e a visão destes alunos como seres humanos descentrados como qualquer outro, com potencialidades e com dificuldades.
De acordo com Damázio  e Ferreira, 2010:
“ os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos das pessoas com surdez poderão ser estimulados e desenvolvidos, tornando-as sujeitos capazes, produtivos e constituídos de várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus entornos e, se desejar, também falar...” 
Diante disto, a pessoa com surdez não deve ser vista como deficiente por ter perda auditiva, pois ela é capaz de se desenvolver normalmente como qualquer outra, desde que tenha acesso ao conhecimento a partir de estratégias diferenciadas que sejam estimuladoras, que desafiem seu pensamento e exercitem sua capacidade perceptivo-cognitiva.
As práticas educativas, portanto fazem toda a diferença no processo de aprendizagem da Pessoa com surdez. É o que afirma Damázio  e Ferreira, 2010:
“O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas.” 
           Nesse sentido , a Educação Especial, na perspectiva inclusiva, com o serviço complementar do Atendimento Educacional Especializado na escola/classe comum, oferece novas possibilidades para as pessoas com surdez, em que a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução, através de três momentos distintos: AEE de Libras, AEE em Libras e AEE em Língua Portuguesa.
A função do professor do Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez é disponibilizar serviços e recursos, realizando o intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum como na sala de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas práticas metodológicas, estratégias e recursos de ensino que possibilitem um ambiente de interação do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de aula comum.
A partir dessa interação adota-s para que o aluno se torne autônomo e independente nas áreas social, afetivo, cognitiva e linguística com uma educação bilíngue, o ensino de Libras e Língua Portuguesa. 
O AEE realiza o intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum como na sala de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas práticas metodológicas, estratégias e recursos de ensino para que o ambiente seja um lugar de aprender a aprender com interação do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de aula comum. A partir dessa interação adota-se a Pedagogia Contextual Relacional que parte da formação do ser humano baseando-se em contextos significativos, respeitando e valorizando o desenvolvimento dos aspectos: vontade, inteligência, conhecimento e ideias sociais. 
O professor do AEE é responsável por buscar métodos, investigar e escolher os procedimentos e recursos que abordam uma Educação Bilingue que parta da formação do ser humano e baseie-se em contextos significativos, que  respeitem e valorizem as potencialidades de cada indivíduo.


REFERÊNCIA:

UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.

sábado, 7 de dezembro de 2013

AUDIODESCRIÇÃO COMO RECURSO DE ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO E CEGUEIRA

       A audiodescrição é um recurso que garante a acessibilidade que permite  das pessoas com deficiência visual para melhor entendimento de filmes, peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas e outros, ouvindo o que pode ser visto.

                                TRABALHO COM FILMES

         O trabalho com filmes estimula a aprendizagem das crianças e desperta a criatividade. para pessoas com baixa visão ou cegueira, eeles devem ter audiodescrição.


 




O filme “Eu não quero voltar sozinho” é um filme de curta-metragem em que é possível trabalhar com questões ligadas a sexualidade, preconceitos e respeito a multiplicidades. Uma dinâmica que seria de grande valia ao trabalhar também com o corpo de professores da escola, no sentido de chamar atenção a respeito da promoção da acessibilidade para o aluno com cegueira o baixa visão.

Assista ao video com audiodescrição, clicando no link:
                                    



                                         TRABALHO COM TIRINHAS

        As tirinhas são um gênero textual muito aceito entre as crianças pois elas são como as histórias em quadrinhos, ou seja, utilizam-se de quadros para narrar um fato. Quadros estes que contém desenhos e, na maioria das vezes, as falas estão nos balões. Contudo, seu tamanho é menor que as histórias em quadrinhos, sendo algo para uma leitura rápida. O tipo de tira mais popular é a de humor, porém, ela pode ser de qualquer gênero.
       Você pode desenvolver essa atividade na sala de aula regular com toda turma ou na sala de recursos multifuncionais em grupo ou individualmente. Poderia imprimir a imagem da tirinha em tamanho ampliado e colocá-la em um cartaz. A professora apresentaria a tirnha e leria a descrição da mesma contemplando assim tanto os alunos ditos normais como os com deficiência visual.
É possível também usar aplicativos online para converter as falas e descrições dessa tirinha em áudio, acessando o site do SOAR: http://www.soarmp3.com/  . É um serviço online que permite transformar texto em voz, com a possibilidade de salvar em um arquivo MP3, sendo bastante apropriado para trabalhar os textos com as pessoas com deficiência visual. Outro dispositivo para transformar texto em voz é o http://vozme.com/index.php?lang=en. Ambos são tecnologias online que podem ser empregadas para apoiar o processo de inclusão sociodigital.
            Os vídeos com audiodescrição também tem a mesma funcionalidade do texto com descrição, no sentido de favorecer o aluno cego ou com baixa visão a incluí-los nas atividades de leitura como os demais alunos.
Veja um exemplo de como você pode descrever as tirinhas para os alunos cegos ou com baixa visão:
 


Legenda: tira cômica, sem título, com a personagem argentina Mafalda, do cartunista Quino.
Descrição: a tirinha colorida, com 4 quadros, mostra Mafalda, uma menininha de aproximadamente 7 anos, com blusa vermelha de gola branca, laço vermelho nocabelo preto com franja, lendo um livro, que está sobre uma mesa redonda. Suas falas estão dentro de balões.
Q1: Mafalda debruçada sobre o livro, com a mão segurando o rosto, lê: Ema vê a mesa da sala de estar.
Q2: Mafalda vira-se para o lado e pergunta: Mamãe, o que é sala de estar?
Q3: Sentada à mesa, com as mãos sobre o livro, ela escuta a resposta: É living. Ela responde: Ah, bom!
Q4: Mafalda, com a testa franzida e debruçada sobre o livro e a mão segurando o rosto, reclama: Afinal, por que eles não escrevem esses livros na língua da gente?

                          ESPERO QUE GOSTEM DESTAS DICAS!


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sugestões de jogos para trabalho com alunos com Deficiência Intelectual

            O professor de AEE deve propor estratégias e recursos diversos para favorecer o aprendizado do aluno que apresenta D.I. Os jogos proporcionam a aprendizagem de todos os alunos por meio de materiais concretos, interessantes, desafiadores e de atividades práticas. Para a criança com deficiência intelectual, sua utilização se torna ainda mais necessária, visto que lhe possibilita criar, refletir e interagir com os seus colegas e professores.
       A utilização de jogos com mediações apropriadas para cada aluno em sua especificidade permite que o mesmo supere as dificuldades nos seus mecanismos de aprendizagem: motivação, atenção, memória, transferência de conhecimentos e metacognição. Sugiro, portanto alguns jogos e atividades de fácil confecção que podem ser utilizados por todos os alunos na Sala de aula comum.


1-Recurso confeccionado na Sala de Recursos com rolos de papel higiênico, palitos para churrasco pintados com guache. As atividades a serem desenvolvidas com este jogo podem propiciar ao aluno com DI , bem como alunos em fase de alfabetização a se apropriar de conteúdos como: cores, quantidade, numerais.

2- Recurso confeccionado na Sala de Recursos para auxiliar aluna com DI a estabelecer rotina na sala de aula, noção de limites e espaço. A ROTINA proporciona à criança um sentimento de segurança, organização. Quando ela sabe o que vai acontecer durante o dia, a ansiedade é eliminada sendo possível trabalhar a confiança e autonomia.
3- Atividade desenvolvida com aluno com DI na sala de recursos sugerida aos professores da sala comum do agrupamento B  para estimular o trabalho com dinheiro
 e adição.
Obs.: Cada recurso foi confeccionado a partir do planejamento coletivo entre professores da sala de aula comum e da SRM, visando estimular o desenvolvimento global dos alunos e ainda o trabalho colaborativo em sala de aula comum.

sábado, 7 de setembro de 2013

RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

      "Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento e de atuação que desenvolve, serviços, recursos e estratégias que auxiliam na resolução de dificuldades funcionais das pessoas com deficiência na realização de suas tarefas."(texto do fascículo do MEC; RECURSOS PEDAGÓGICOS ACESSÍVEIS E COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA.) 
      
         Os recursos apresentados a seguir foram adquiridos e adaptados para o aluno com deficiência física da Sala de recursos onde estou modulada: 

CADEIRA ADAPTADA




Cadeira escolar confeccionada em tubo de aço redondo, com regulagem de inclinaçăo, módulos de encosto e assento anatômicos confeccionados em espuma especial injetada a partir de cálculos antropométricos em software 3D e revestimento em tecido ou courvin. Apoio para cabeça confeccionado em espuma injetada fixado com velcro e com ajuste de altura. Suspensório escapular em H, faixa abdominal com fecho plástico. Apoio para os pés plano, removível, em plástico com rebordo e com ajuste de altura com cinto de segurança, apoios reguláveis  para os pés e para o pescoço.
É super necessária para uma boa adequação postural do aluno para melhor realização das atividades pedagógicas.








 MESA ADAPTADA





 Mesa escolar confeccionada em tubo de aço retangular com regulagem de altura, tampo em madeira revestido com fórmica regulável de acordo com o tamanho do aluno para que o mesmo tenha uma boa adequação postural no momento das atividades. Além disso, ela pode ser inclinável, possui barreiras para segurar as atividades e para conter os membros superiores.
É ideal também para utilizar com cadeirantes que não podem ser removidos da cadeira de rodas.














PRANCHETA ADAPTADA






Prancheta adaptada para utilização com aluno com deficiência física, para a fixação das atividades. Foram colados pedaços de E.V.A no verso da prancheta para que a mesma não deslize na mesa.